Já ouviu falar de ozonoterapia? Vamos tentar entender? Então vamos nessa!
Dentre a composição de gases que respiramos no dia a dia uma parte é o gás oxigênio que está bastante difundido no planeta terra em sua forma diatômica, ou seja, o gás oxigênio representa dois átomos de oxigênio ligados (O2). Assim, esse gás é responsável por diversas atividades no metabolismo do corpo. Além disso, sua forma diatômica o gás oxigênio pode ser apresentado no planeta em sua forma triatômica (O3), conhecido também como ozônio.
PROPRIEDADES QUÍMICAS
De acordo com as propriedades químicas de ligação dos átomos de oxigênio do ozônio, essa molécula apresenta grande instabilidade, se quebrando facilmente em O2. Esse gás é encontrado na estratosfera, na distância de 10 a 50 km da superfície terrestre, sendo formado pela radiação solar quando entra em contato com o O2 e portanto formando uma barreira, como se fosse um filtro, contra radiações solares como a ultravioleta (UV), protegendo e favorecendo a vida na terra.
Ele é um grande oxidante natural, e apresenta grande capacidade germicida, sendo utilizado além da terapia, como em processos industriais, tratamento de água bem como produção de alimentos, dentre outros. O gás Ozônio medicinal aplicado, é uma mistura de gás oxigênio e gás ozônio em quantidades adequadas a cada tratamento indicado por cada profissional habilitado. O Ozônio é produzido logo anteriormente à sua aplicação por um gerador certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que utiliza alta voltagem para converter o oxigênio em ozônio.
APLICAÇÃO DA OZONOTERAPIA
A Ozônio medicinal pode ser aplicado de várias formas, o sangue do paciente pode ser retirado, passado pelo processo de ozonização, que é a injeção do gás, e em seguida injetado novamente no paciente, esse processo pode ocorrer com óleos corporais, para massagem e em seguida aplicados na pele. O gás pode ser injetado na região subcutânea, em pacientes com feridas expostas, pode ser inflado uma bolsa de gás em volta da região danificada, para tratamento de sinusites, pode ser aplicado via auricular, existindo vários tipos de aplicação de acordo com o tratamento. Deve se ter precaução ao ingerir muito o gás, pois o ozônio é tóxico nessa via, além de seu odor desconfortável característico. Além dessas aplicações a ozonoterapia pode ser aplicada na odontologia e veterinária!
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INDICAÇÕES DA OZONOTERAPIA
- Vários tipos de câncer, ajudando a combater tumores e reduzindo os efeitos colaterais da Radioterapia e da Quimioterapia;
- Diversos problemas circulatórios;
- Doenças virais, como hepatite e herpes;
- Feridas de origem vascular, arterial ou venosas, úlceras diabéticas e por insuficiência arterial;
- Queimaduras de diversos tipos;
- Hérnias de disco, protrusão discal bem como dores lombares;
- Dores articulares decorrentes de inflamações crônicas;
- Colites e outras inflamações intestinais crônicas;
- Condições e doenças de idosos;
- Imunoativação geral.
Quando aplicado no organismo, ocorre a melhora pelos efeitos de liberação de óxido nítrico que causa vasodilatação; modulação do sistema imunológico; melhora a drenagem linfática; há efeito lipolítico; estimula a secreção de fatores de crescimento, ou regenerativos; há efeito germicida contra bactérias, fungos e vírus; regula o metabolismo e as funções hepática, renal e tireoidiana; estimula a síntese de enzimas antioxidantes intracelulares; ajuda a liberação de oxigênio nos tecidos; ajuda na inflamação.
PRECAUÇÕES
Uma precaução que deve ser tomada! As pessoas que apresentam Favismo, que é uma deficiência na enzima glicose-6-fosfato desidrogenase não podem passar pela técnica, pois podem sofrer hemólise, ou seja, as células sanguíneas que transportam oxigênio podem se romper. Também, pacientes com Diabetes Mellitus descompensado, hipertireoidismo descompensado, hipertensão arterial descompensada, anemia grave devem ser estabilizados para passarem pelo tratamento.
E NO BRASIL?
No Brasil, é permitido por lei a prática da ozonoterapia e também está inclusa na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), sendo assim está presente no Sistema Único de Saúde (SUS). Muito se tem discutido ultimamente sobre seus reais benefícios, e se há realmente eficácia, alguns autores discordam com a prática, contudo, a mesma é reconhecida cientificamente com eficácia para diversos tratamentos com diversas publicações no meio científico.
Este texto contou com a colaboração do estagiário José Arion da Silva Moura, estudante do curso de Farmácia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).