Você costuma ler rótulos?
Você sabia que é super importante saber quais substâncias estamos ingerindo ou colocando sobre nossa pele?
Pois é! Vamos tentar entender a importância dos rótulos.
QUAL A IMPORTÂNCIA DE LER RÓTULOS?
O rótulo dos produtos que consumimos é uma importante fonte de informação. Neles nós conseguimos encontrar informações sobre os ingredientes contidos no produto, data de validade do mesmo, bem como como informações nutricionais.
Os rótulos nos ajudam a esclarecer dúvidas bem como entender melhor o que estamos consumindo.
A leitura dos rótulos vem crescendo exponencialmente, devido a preocupação da população com a saúde.
Informação é uma forte aliada como forma de prevenção.
As informações contidas nos rótulos dos produtos, nos orientam sobre as substâncias presentes neles. Dessa maneira, nós consumidores, ficamos cientes se podemos ou não utilizar aquele produto. A exemplo disso, nós temos o glúten, que não pode ser consumido pelos portadores da doença celíaca.
QUAIS OS PRINCIPAIS PONTOS A SEREM AVALIADOS NOS RÓTULOS?
- Lista de Ingredientes: informa a composição do produto.
- Origem e lote: descreve o fabricante, onde e quando o produto foi fabricado.
- Prazo de Validade: indica até quando o produto é adequado para consumo, ou seja, em qual data ele vence.
- Conteúdo Líquido: indica a quantidade total do produto contido na embalagem, podendo ser expresso em quilo (Kg) ou litro (L).
- Informação Nutricional Obrigatória: descrição das informações nutricionais do produto por meio da tabela nutricional. Para fazer uma escolha correta de alimentos, é necessário saber ler as informações contidas na tabela São elas:
- Porção: quantidade média do alimento a ser consumido por uma pessoa sadia, para manter uma alimentação saudável, baseada em 2.000 quilocalorias (Kcal).
- Medida Caseira: indica a porção de um alimento de uma medida usada pelo consumidor, como: fatias, unidades, pote, xícaras, copos, colheres de sopa.
- Percentual de Valores Diários (%VD): percentual que indica a energia e os nutrientes que aquela porção representa segundo uma dieta de 2000 calorias.
SABONETES SOBRE A MICROBIOTA DA PELE
Aqui no blog nós já discutimos bastante sobre como os antibióticos podem afetar a composição da nossa microbiota intestinal drasticamente. Mas e os sabonetes sobre a microbiota da pele?
Vamos usar o texto contido no livro 10% Humano para tentar esclarecer sobre este assunto.
Segundo a autora do livro, Alanna Collen, se olharmos as estantes dos supermercados hoje em dia, é difícil achar um sabonete líquido ou produto de limpeza que não contenha bactericida.
Somos assolados por propagandas que dão a entender que germes mortais estão em nossa casa. Dessa maneira, eles recomendam que mantenhamos nossas famílias seguras usando sabonetes e limpadores de superfícies contendo agentes antibacterianos – que matam 99,9% das bactérias e vírus.
O que esses anúncios não contam é que o sabonete normal faz o mesmo serviço igualmente bom, sem prejudicar você nem o meio ambiente.
Quando você lava as mãos de maneira correta, com água e sabonete normal, não está matando os micróbios potencialmente nocivos.
Você os está removendo. O sabão e a água não os exterminam – apenas facilitam a remoção de substâncias a que os microrganismos estão agarrados:
- Suco de carne;
- Gorduras;
- Sujeira;
- Acúmulo de óleos e células mortas da pele.
O mesmo vale para limpadores de superfície – limpar a bancada da cozinha remove os restos de alimentos que podem atrair bactérias nocivas. Sendo assim, não chega a matar os micróbios nem precisa disso.
Acrescentar bactericida não faz diferença alguma.
PRODUTOS ANTIBACTERIANOS
Quando os produtos antibacterianos alegam matar 99,9% das bactérias, não estão se referindo a testes nas mãos das pessoas nem em superfícies da cozinha, mas em tubos de ensaio.
Os examinadores põem um grande número de bactérias direto no sabão líquido e, após um período de tempo – bem mais do que o sabão ficaria em contato com a pele – , veem quantos continuam vivos.
Alegar uma taxa de morte de 100% é impossível, porque é impossível provar uma ausência completa de algo com uma amostra tão pequena. Como dizem os cientistas:
“Ausência de evidências não é evidência de ausência.”
Ninguém nunca declara exatamente quais cepas de bactérias esses sabonetes matam. Os 99,9% se referem à proporção de indivíduos mortos, não que 99,9% das espécies bacterianas do mundo possam ser eliminadas.
Vale a pena lembrar que muitas bactérias patogênicas conseguem formar esporos e hibernar até o perigo passar. Isso ocorre independentemente das substâncias químicas usadas.
Os produtos antibacterianos são um triunfo da publicidade bem como da pseudociência.
Como muitas substâncias químicas em nosso cotidiano, sua segurança nunca foi examinada de verdade.
Das 50 mil ou mais substâncias químicas que usamos no Ocidente, apenas umas trezentas tiveram sua segurança atestada. Cinco tiveram seu uso restrito. Sendo assim, 1,7% das que foram testadas. Supondo-se que apenas 1% das outras 50 mil são nocivas, isto dá quinhentas outras que deveriam estar em nossa casa.
ACUMULAÇÃO QUÍMICA EM NOSSO CORPO
É fácil ficar indiferente – afinal, se essas substâncias fossem mesmo perigosas, as pessoas não iriam adoecer? – mas a natureza traiçoeira da acumulação química e os efeitos sutis e graduais que essas substâncias possam causar não são necessariamente tão fáceis de captar.
Além disso, as pessoas estão adoecendo. Como nossa memória é fraca e a rede de fatores potenciais, suficientemente confusa, temos dificuldades em decifrar o que é perigoso ou não.
Tomemos o amianto, por exemplo. Essa substância química que existe na natureza era usada na área de construção civil no mundo inteiro antes de ser proibida.
Centenas de milhares de pessoas morreram em razão da exposição a essa substância química, antes corriqueira, e continuam morrendo.
Isso não quer dizer que os bactericidas sejam tão perigosos quanto o amianto. Mas que o fato de estarem em milhares de produtos – de limpeza a tábuas de corte, de toalhas a roupas, de recipientes plásticos a sabonetes líquidos – não garante que sejam seguros.
TRICLOSAN – COMPOSTO QUÍMICO ANTIBACTERIANO
O triclosan entrou na mira dos pesquisadores nos últimos anos. Seus efeitos são preocupantes o suficiente para que o governador de Minnesota assinasse uma lei proibindo seu uso em produtos de consumo a partir de 2017.
Não há nenhuma prova de que o triclosan seja mais eficaz em reduzir a contaminação bacteriana em casa do que os sabonetes comuns. Mas, enquanto as pessoas continuam a usá-lo, essa substância vem contaminando o suprimento de água, onde, aí sim, consegue matar bactérias e acabar com o equilíbrio dos ecossistemas de água doce.
Como se isso não fosse preocupante, o triclosan também impregna nosso corpo e pode ser encontrado em tecido adiposo humano, no sangue do cordão umbilical de bebês recém-nascidos, no leite materno, bem como em quantidades significativas na urina de 75% das pessoas.
A literatura científica ainda não foi capaz de chegar a uma conclusão sobre o potencial nocivo do triclosan. Contudo, se sabe até agora que existe uma correlação clara entre os níveis dessa substância na urina de uma pessoa e a gravidade de suas reações alérgicas.
Quanto mais triclosan no corpo, maiores são as chances de desenvolver febre do feno bem como outras alergias. Se esse é um efeito direto do dano à microbiota, uma forma de toxicidade ou um reflexo da redução da exposição aos microrganismos benéficos, não se sabe.
TRICLOSAN AUMENTA AS CHANCES DE CONTRAIR INFECÇÕES?
Há indícios de que o triclosan aumenta suas chances de contrair infecções. Estamos literalmente impregnados dele: é encontrado até nas “secreções nasais” – no catarro – dos adultos. Mas essa impregnação nasal com antibacterianos não ajuda a combater as infecções.
Descobriu-se que, quanto maior a concentração dessa substância no catarro, maior a colonização pelo patógeno oportunista Staphylococcus aureus.
Ao usarmos esse bactericida, na verdade estamos reduzindo a capacidade de nosso corpo de resistir à colonização e facilitando a permanência dessa bactéria que mata dezenas de milhares de pessoas a cada ano (sob a forma do SARM).
Como se tudo isso não bastasse, descobriu-se também que o triclosan interfere na ação dos hormônios da tireoide e bloqueia a ação do estrogênio e da testosterona em células humanas em placa de Petri.
Por enquanto, a Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora norte-americana, simplesmente desafiou os fabricantes a provarem a segurança de substância ou enfrentarem sua proibição.
O preocupação dos microbiologistas é que expor bactérias a esse bactericida permite que elas desenvolvam resistência.
Embora ninguém queira remover todas as bactérias benéficas vulneráveis de suas mãos, deixando apenas as nocivas e resistentes, a preocupação se concentra na resistência aos antibióticos.
E tem mais, quando o triclosan se combina com a água clorada da torneira, se converte no agente incapacitante favorito dos escritores de romances policiais, o clorofórmio. Que além de tudo é cancerígeno.
Espere pela proibição se quiser ou, se preferir, leia sempre rótulos.
Contudo, é de suma importância lavar as mãos – com sabonete normal e água.
Assim como os antibióticos, os bactericidas têm sem lugar. Mas esse lugar não é o seu corpo. Já dispomos de um sistema de defesa contra microrganismos: chama-se sistema imunológicos. Talvez seja bom tentar usá-los.
Sobre o uso de antibióticos, é sempre bom consultar um médico. Fale também com seu médico sobre o uso associado de antibióticos e probióticos.
Fique ligado, sua saúde é importante!